15 de março de 2011

O amor na vocação do padre

Caminhando na via do tempo, isto é, no dia-a-dia, deparei-me na jornada que é a vida, pessoas espetaculares, em especial, presbíteros exemplares que davam sua vida integralmente pelo seu rebanho, por seus fiéis, esquecendo de si próprios. Alguns destes homens – padres – me surpreenderam com a ousadia de amor que possuíam dentro de si, e me perguntava se durante todos os dias estes iam à Fonte buscar tal vitalidade e júbilo. E entendi que eles não iam buscar forças nesta Fonte, porque eles já se conheciam e se amavam por aquilo que eram. E que a partir disto, sabiam que não externamente, mas dentro de seu espírito pairava aquele mesmo Espírito Santo do início da Criação, ou seja, sabiam que eles, mesmo novos ou velhos, estavam sendo transformados pouco a pouco, somente pelo amor providente de Deus. Com muitos destes sacerdotes ou com alguns em particular aprendi que devemos ser padres para a vontade Deus e só assim seremos verdadeiros pais espirituais para o povo, caso contrário, nunca seremos padres, mas somente líderes. Também, que ser padre é mais do que uma grande questão de amor, é uma amplíssima questão de perseverança, pois, poderão vir dilúvios e secas, e nós poderemos pensar e até sentir que nosso amor se esgotou. Ainda que ser padre todo dia é ser uma pessoa que está realizada com seu estado humano e que por isso, se compromete com os apelos do Evangelho. Ainda mais, que mesmo quando a vida nos quiser fazer chorar, que então, por mais difícil que seja, devemos sorrir pra ela e confiar naquilo que ela nos reserva, pois nada é ao acaso. Além destas coisas, amei palavras que vão ficar no meu coração assim como fica o Evangelho. Pois, “devemos amar tudo que é de Deus”. Antes essa frase tinha uma abrangência em mim apenas pastoral, mas percebi que ela é muito mais que isso. “Amar tudo que é de Deus” significa amar toda a Igreja, com sua história, com seus ensinamentos, membros, serviços e desafios. Mas também aqueles que “não acreditam neste meu, seu, nosso Deus, porque ainda não experimentaram a beleza de tal graça. Por fim, amei compreender que “nossas palavras satisfazem, mas é o testemunho que dá vida”. Assim, as palavras podem motivar, restabelecer, convencer e até “ressuscitar” os mortos, mas que sem a peça principal – o testemunho –, todas as nossas palavras com o tempo se esvaziam. Pois é o testemunho a certeza de que Cristo pode acontecer e permanecer na minha, na sua, na vida das pessoas. “Não é uma idéia que levamos, ou um modelo de vida, mas sim, uma pessoa: Jesus Cristo” (Cf Papa Bento XVI).

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