6 de maio de 2010

Apesar dos pecados, Igreja antecipa Jerusalém celeste


Homilia de Bento XVI no funeral do cardeal Mayer

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 3 de maio de 2010 (ZENIT.org). - Apesar das limitações e dos pecados, a Igreja antecipa a Jerusalém celeste, afirmou Bento XVI nesta manhã de segunda-feira, na homilia da liturgia de exéquias do cardeal beneditino Paul Augustin Mayer.
A Missa foi celebrada na Basílica Vaticana pelo cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio cardinalício, acompanhado por outros cardeais. O Papa presidiu a liturgia de exéquias, deu a homilia e conduziu os ritos da Ultima Commendatio e da Valedictio.

Toda liturgia de exéquias, lembrou o Pontífice, "se dá sob o símbolo da esperança: no último suspiro de Jesus na cruz, Deus se doou inteiramente à humanidade, preenchendo o vazio deixado pelo pecado e restabelecendo a vitória da vida sobre a morte".
"Por isso, todo homem que morre no Senhor participa, pela fé, deste ato de amor infinito e, de alguma forma, une seu espírito a Cristo, na segura esperança de que a mão do Pai o ressuscitará dos mortos e o introduzirá no Reino da vida", acrescentou.

"A grande e indefectível esperança, fundamentada na sólida rocha do amor de Deus, assegura-nos que a vida daqueles que morrem em Cristo não é tirada, mas transformada; e que enquanto se destrói nossa morada neste exílio terreno, é preparada uma habitação eterna no céu."
Em uma época como a atual, em que "o medo da morte leva muitos ao desespero e a buscar compensações ilusórias", o cristão "se distingue pelo fato de que deposita sua segurança em Deus, em um Amor tão grande que é capaz de renovar o mundo inteiro, observou o Pontífice.

Lembrando que "a visão da nova Jerusalém exprime a realização do desejo mais profundo da humanidade, o de viver em comunidade na paz, sem mais ser ameaçado pela morte, mas gozando de plena comunhão com Deus e entre nós", explicou que "a Igreja e, em particular, as comunidades monásticas, constituem uma prefiguração na terra desta meta final".
"É uma antecipação imperfeita, marcada por limitações e pecados e, portanto, sempre dependente de conversão e purificação; e, todavia, na comunidade eucarística se experimenta a vitória do amor de Cristo sobre tudo o que divide e mortifica."

Bento XVI então pronunciou algumas palavras em memória do cardeal Mayer, prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e presidente emérito da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, que na vida inteira "buscou realizar o que São Bento diz na Regra: ‘Que nada se anteponha ao amor de Cristo'".

O Papa Paulo VI o nomeou secretário da Congregação para os Religiosos e os Institutos Seculares e quis consagrá-lo pessoalmente bispo em 13 de fevereiro de 1972; em 1984, João Paulo II confiou-lhe o cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, nomeando-o cardeal no ano seguinte, em 25 de maio de 1985.
Em seguida, o Papa Wojtyła o nomeou como primeiro presidente da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei. Também nesta nova função, "o cardeal Mayer se mostrou um zeloso e fiel servidor", comentou Bento XVI.

"Nossa vida está, a cada instante, nas mãos do Senhor, especialmente no momento da morte", concluiu o Santo Padre.

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